sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Rito Primitivo e suas origens

Rito primitivo em Paris


Existiu no Oriente de Paris um capítulo do rito primitivo cujo trabalhos remontam 21 de março de 1721 e confirma-se 29 de novembro de 1787. Composto de 7 capítulos, nota-se que os irmãos eram cavaleiros. Parecem haver três "ritos primitivos" que se sobrepõe, são eles:
  • O rito primitivo de 1721 (altos graus) de Paris;
  • O rito primitivo e original de Swedenborg;
  • O rito primitivo de narbonne de 1759, introduzido pelo visconde de Chefdebien de Aigrefeuille.

Rito primitivo e original de Swedenborg


Sem data de criação, Emanuel Swedenborg (1688-1772) criou um sistema de dez graus divididos em três seções:
  1. Maçonica: aprendiz, companheiro, mestre eleito;
  2. Iluminista , chamada também de seção Cohen (em hebraico "sacerdote"): aprendiz Cohen, companheiro Cohen, mestre Cohen;
  3. Seção ativa ou seção Rosa+Cruz: aprendiz Rosa+Cruz, cavaleiro comendador Rosa+Cruz, Rosa+Cruz iluminado ou Kadosch.
Esta criação é controversa pelas origens da maçonaria de Memphis. Sendo uma ordem iluminista, o sistema é então revisado e reduzido à três graus (um para cada seção) pelo marquês de Thomé em 1783, e entitulado precisamente "Rito de Swedenborg".

Ainda o rito foi reorganizado nos Estados Unidos e Canadá pelo irmão Beswich. Cartas foram entregues em outubro de 1875 na Inglaterra. Frosini disse que o rito primitivo e antigo consiste de dois ramos: o Oriental de Memphis e o Ocidental ou de Swedenborg.
Emanuel Swedenborg

Rito primitivo de Narbona


De volta a Praga com o visconde de Chefdebien de Aigrefeuille. Seu filho, um membro da Ordem dos Irmãos Africanos (leia-se "Egípcio"), o marquês François Chefdebien de Armissan, Cavaleiro de Malta, que se tornou propagandista ativo do Rito Primitivo de Narbona, com a Loja-Mãe do Philadelphians Narbonne 1779. Esta é a Loja-Mãe que tem o nome de "Rito Primitivo de Filadélfia". Existem três classes de 10 graus de instrução, na verdade, muitos destes graus são uma coleção de graus:
1 ª classe são três graus azuis: aprendiz, companheiro e mestre.
2ª classe:
  • Mestre perfeito, eleito e arquiteto;
  • Sublime escocês;
  • Cavaleiro da espada, cavaleiro do oriente e príncipe de Jerusalem.
Na verdade, estas duas classes são uma introdução a terceira qual contém a verdadeira essência do rito. Esta ultima classe compreende 4 capítulos Rosa+Cruz:
  • Capítulo simbólico: estudo aprofundado nos simbolismos da fraternidade;
  • Capítulo histórico: estudo da história da tradição e sua transmissão de escola para escola;
  • Capítulo filosófico: estudo da ciência maçonica;
  • Capítulo Fraternidade Rosa+Cruz do Grande Rosário: exclusivamente dedicado ao ocultismo com objetivo na reintegração espiritual do homem.
O rito permanece fiel aos ritos constitutivos de Memphis e Misraim e, é claro, também as contribuições para a construção da pirâmide em correntes herméticas, que podem ser adivinhadas pela história confusa da Maçonaria "Egípcia" no contexto de Memphis. Rito Primitivo não está relacionado com o famoso rito de Filaleto. Todos esses ritos são constitutivas de Memphis, não existem registros escritos em fontes históricas que o relacionam ao rito de Misraim.

Por Misraim pode-se falar, talvez, do Rito Adonhiramita, Bédarride teria sido iniciado em 1771. Embora este rito tenha sido invenção do Barão Tschoudy, foi publicado em 1787, talvez o Illuminati de Avignon beneditino Dom Pernéty. A única referência é a aliança em 1817 com o sistema operacional Carbonari em Roma, Perugia, Fermo, Ferrara e Bolonha. Ambos são temíveis ​​por seu número, sua audácia e sua tendência ao assassinato político.

Rito de Filaleto


Constituido em 1773 pela Loja parisiense Les Amis Reúnis (amigos reunidos), sendo o primeiro grão mestre o marquês Savalette de Langes. Doze graus agrupados em dois grupos:
  • Maçonaria menor, com os 3 graus azuis, seguido do Eleito (4º), Escocês (5º) e Cavaleiro do oriente (6º);
  • Alta maçonaria: Rosa+Cruz (7º), Cavaleiro do templo (8º), Filósofo desconhecido (9º), Sublime filósofo (10º), Iniciado (11º) e Filatelo (12º) conhecido como Ami de la vérité (amigo da verdade).
As quatro ultimas classes formam o Conselho do Lenço Branco. Seus membros são especialistas em hermetismo e ciências ocultas, devendo por objetivo reunir os principais rituais maçonicos e traços das ciências secretas a fim de coloca-los em ação. Praticam-se também a alquimia e a teurgia, entram em contato com várias ordens herméticas de carater não maçonico.

Eles herdam os arquivos dos cavaleiros eleitos Cohen de Martines de Pasqually. Organizaram em Paris em 1784 o famoso convento dos dez problemas julgados fundamentais, entre 13 de novembro até 26 de maio de 1785, com as seguintes classes:
  1. Os três graus azuis;
  2. Mestre perfeito, Perfeito eleito e Pequeno arquiteto;
  3. Perfeito iniciado do Egito e Cavaleiro do sol.
Brasão dos Filaletos

Etoile Flamboyante (Estrela Flamejante)


Também conhecida como ordem dos filósofos desconhecidos, foram encontrados vestígios do rito no "sistema filosófico dos antigos magos egípcios revelados pelos sacerdotes hebreus no emblema maçonico" de 1750, introduzido pelo Barão Tschoudy (1724-1769). O ritual foi inspirado nos escritos de Michał Sędziwój (Michel Sendivogius de 1566-1646), organizado em 7 graus, sendo um rito realmente alquimico.

O sétimo grau influenciou a elaboração do 28º grau do REAA. Também influenciou o 51º grau do rito de Misraim, sendo o primeiro referenciado como premissa a elaboração do rito de Misraim. Uma nota importante é que muitos membros da Estrela Flamejante participaram na fundação do rito de Filaleto.
Michał Sędziwój

Rito escocês filosófico


Instituído em Paris em 1776 pelo hermetista Boileau, aluno de Antoine-Joseph Pernéty, também conhecido como Dom Pernety. A primeira loja foi "Contrato Social" sendo renomeada posteriormente para "Santo Lázaro". Este rito possuia 12 graus, sendo eles:
  • 1º ao 3º, grupo conhecido como: Cavaleiro da Águia Negra ou Rosa+Cruz da Torre de Heredom;
  • 4º - Cavaleiro da Fenix;
  • 5º - Cavaleiro do sol;
  • 6º - Cavaleiro de Íris (mitologia grega);
  • 7º - Verdadeiro maçom;
  • 8º - Cavaleiro Argonauta (lenda grega);
  • 9º - Cavaleiro do Velo de Ouro (mitologia grega);
  • 10º - Grande Inspetor Perfeito Iniciado;
  • 11º - Grande Inspetor Perfeito Iniciado;
  • 12º - Sublime mestre do anel iluminado.

Rito de Misraïm


Veneza em 1788, um grupo de socinianos (anti-trinitária seita protestante) requeria uma patente da constituição Cagliostro, ao passar para Trento. Não querendo praticar o ritual mágico cabalístico, eles optaram por trabalhar no rito templário. Cagliostro em seguida transmitiu a sua luz maçônica: os três primeiros graus da maçonaria inglêsa e graus superiores da maçonaria alemã, fortemente marcada pela tradição templária. 

O nome Misraim (em hebraico antigo "os egípcios") é a única lembrança de que o Rito Egípcio transmitiu a sua personalidade obediente.

O rito de Misraim espalha-se rapidamente em Milão, Gênova, Nápoles, e é introduzido na França por Michel Bédarride, que recebeu em 1810, em Nápoles, poderes magistrais do irmão De Lassalle. De 1810 a 1813, os três irmãos Bédarride desenvolveram com sucesso o rito na Françasob a proteção do Rito Escocês. Ainda conteu com maçons ilustres como: conde Muraire, Grande Comendador Soberano do Rito Escocês Antigo e Aceito, duque Decazes, duque de Saxe-Weimar, o duque de Leicester, o tenente-general Barão Teste, entre outros.

Rapidamente transmite sua necessidade de ganhar controle sobre os Carbonari. Sendo violentamente anti-clerical e anti-monarquista, o rito agrupou mais de cinquenta lojas na Itália. Posteriormente foi dissolvida pela Polícia de Restauração. Ainda assim, clandestinamente atuou durante dezoito anos, quando foi restaurado em 1838, e dissolvido novamente em 1841, saindo então da clandestinidade em 1848.

Um próximo passo importante para o rito foi a fusão em 1881 com o Rito de Memphis, sob a liderança de Giuseppe Garibaldi.
Brasão do rito de Misraim

Rito de Memphis


A maior parte dos membros da missão do Egito que acompanharam Napoleão Bonaparte, foram maçons de ritos bem antigos: Filaleto, Irmãos Africanos, Rito Hermético, Filadélfos e Rito Primitivo.
É a descoberta no Cairo de uma irmandade sobrevivente gnóstico-hermética, que conduz os irmãos a renunciarem a sua filiação recebida pela Grande Loja de Londres. Assim, sob a direção de Samuel Honis e Marconis de Nègre, nasce em Montauban em 1815, uma nova corrente maçonica independente da Inglaterra: o Rito de Memphis.

Tão rapidamente o rito de Misraim reunido jacobinos nostálgicos da República com os Carbonari, reunem-se metade dos militares do ex-Grande Exercito e os Bonapartistas que pernaneceram fiéis a Águia. Note que em 1816 tanto o rito de Memphis quanto o de Misraim possuiram o mesmo Grão Mestre, uma premissão para a futura fusão.

Porém o Grande Oriente da França, majoritariamente mornaquista, obteve a dissolução do rito de Memphis. Entretanto em 1826 o rito retoma seus trabalhos sob a obediência do mesmo Grande Oriente. Dissolvido novamente como o Misraim em 1841, Memphis entra também para clandestinidade. Reaparecendo com a República em 1848. Dissolvido novamente em 1850 e dispertado em 1853 sendo reconhecido pelo Grande Oriente da França em 1862.

Tendo então diversas lojas no exterior, ela conta com personalidades como Louis Blanc e Garibaldi, que 19 anos mais tarde seriam os arquitetos na unificação de Memphis e Misraim.
Brasão do rito de Memphis


Rito de Memphis-Misraim


Até 1881 os ritos de Memphis e Misraim caminham paralelamente e em conjunto. No entando os dois ritos começam a se fundir com a dupla filiação dos maçons do Grande Oriente da França e do Rito Escôces Antigo e Aceito interessados no esoterismo da maçonaria simbólica, gnosa, cabala e hermetismo.

Apesar de suas raízes egípcias, os dois ritos ainda são herdeiros e conservadores das antigas tradições iniciáticas do século 18, como: Filaleto, Filadélfo, Rito Hermético e Rito Primitivo. Misraim conta com 90 graus, e Memphis com 95.

Quando Garibaldi foi designado como Grão Mestre geral para cada uma das obediências, uma fusão tornou possivel o estabelecimento de uma escala comum entre os graus dos diferentes ritos. Hoje, após os três primeiros graus da maçonaria universal, as particularidades de Memphis-Misraim afirmam-se nas oficinas dos graus superiores, dos quais possuem pratica obrigatória:
  • 4º grau: Mestre secreto;
  • 9º grau: Mestre eleito dos nove;
  • 13º grau: Real Arco;
  • 14º grau: Grande eleito da abóbada sagrada;
  • 18º grau: Cavaleiro Rosa+Cruz;
  • 20º grau: Cavaleiro do templo (transmite a iniciação da Estrita Observancia Templária e dos Cavaleiros Benfeitores da cidade santa de João Batista Willermoz);
  • 28º grau: Cavaleiro do sol;
  • 30º grau: Cavaleiro Kadosh;
  • 32º grau: Príncipe do Real segrego;
  • 33º grau: Soberano grande inspetor Geral;
  • 66º, 90º e 95º graus: são conferidos aos maçons particularmente interessados pelo hermetismo, de acordo com seu valor e seus conhecimentos, bem como sua fidelidade ao rito;
  • 95º grau: conferido como qualidade de Grande Conservador do Rito.

As lojas do rito de Memphis-Misraim trabalham o Rito Egípcio e sobre seus altares juntam-se ao esquadro e o compasso o livro da lei.
Brasão do rito de Memphis-Misraim

Loja egípcia para o rito de Memphis-Misraim






  ASS.: O Eterno Aprendiz

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